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CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL CLDF

Fonoaudiólogos são homenageados no plenário da Câmara Legislativa

Por Redação 08/12/2025 às 20h17
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A Câmara Legislativa realizou, nesta segunda-feira (8), sessão solene em homenagem ao Dia do Fonoaudiólogo - celebrado em 9 de dezembro. Na ocasião, foi destacada a relevância da profissão para a fala, audição e motricidade orofacial (mastigação e deglutição), bem como foram discutidos os desafios enfrentados pelos profissionais; entre eles, a falta de valorização e o déficit de fonoaudiólogos nas redes públicas de Educação e de Saúde do Distrito Federal.  

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À frente da solenidade, o deputado Jorge Vianna (PSD) destacou a fonoaudiologia como capaz de \"transformar vidas\". Ele citou alguns exemplos em que a atuação dos profissionais da área pode ser determinante: o caso de crianças que sofrem com atraso no desenvolvimento da fala; de pessoas que estão perdendo a audição; ou daqueles que sofreram um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e ficaram com sequelas na boca ou face. 

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\"A fonoaudiologia é a possibilidade de que a comunicação humana cumpra sua vocação e seja ponte, não barreira. É a expressão concreta da convicção inabalável que compartilhamos de que todo ser humano tem o direito de desenvolver plenamente suas capacidades, superar disfunções e conquistar autonomia\", apontou o parlamentar. 

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Vianna pregou, ainda, que a data comemorada na sessão solene de hoje pede mais do que \"celebração\", sendo um convite à reflexão sobre os desafios e demandas da categoria. O distrital defendeu a realização de um novo concurso público para as secretarias de Saúde e de Educação; a contratação de fonoaudiólogos por parte do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF (Iges-DF); a criação de um piso nacional da categoria no Congresso Nacional, e a inclusão desses profissionais nas equipes de Saúde da Família. 

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O vice-presidente do Conselho Regional de Fonoaudiologia da 5ª Região (Crefono), Danilo Alves Mantovani, disse que, antes da pandemia de Covid-19, os fonoaudiólogos eram \"escanteados\" pelos outros profissionais da saúde. \"Depois disso, começamos a ser vistos como agentes de salvamento de vida e começamos a ter luz e a ter mais espaço, principalmente no campo da disfagia e da fonoaudiologia hospitalar, o que ampliou muito o nosso mercado de trabalho\", afirmou. \"Começamos a deixar de ser vistos como uma profissão acessória, para ser uma profissão indispensável\", completou Mantovani. 

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O conselheiro reforçou a relevância da fonoaudiologia para a comunicação, aprendizagem, audição, alimentação segura e autonomia das pessoas. \"Nada disso é acessório, é estrutura de cidadania\", frisou.  

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\"Dados do DF mostram isso com muita força: quando uma demanda cresce 35% na rede pública, não é tendência, é necessidade. E, quando a necessidade cresce mais rápido do que o número de profissionais, o direito existe mas não se realiza\", argumentou Mantovani. Ele ainda insistiu: \"Estamos falando da capacidade real de o Estado garantir os direitos\".  

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Por fim, o vice-presidente do Crefono reforçou o pedido de apoio para a abertura de concurso público para fonoaudiólogo nas secretarias de Saúde e de Educação do DF, bem como a garantia de previsão orçamentária para viabilizar a execução das leis de inclusão. 

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Marlene Escher Boger, do Conselho Federal de Fonoaudiologia (CFFa), lembrou a \"relevância social, científica e humana\" da profissão e ressaltou se tratar de uma categoria ainda pouco numerosa, estimando haver cerca de 1.750 profissionais da área no DF. 

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Desse total, 217 atuam na Secretaria de Saúde, segundo informou a fonoaudióloga Ocânia da Costa Vale. A servidora pública apresentou um histórico da presença de fonoaudiólogos na pasta, registrando que a primeira contratação data de 1974, no Hospital de Base. 

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Por sua vez, a representante da Associação dos Especialistas em Saúde da Secretaria de Saúde do DF, Clea Melissa Fernandes, anunciou um déficit de mais de 370 fonoaudiólogos para a \"cobertura assistencial mínima\". 

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Também participaram do evento a fonoaudióloga Cláudia Aparecida Pietrobon e a presidente do recém-criado Sindicato dos Fonoaudiólogos do DF (Sindifono-DF), Edna Rodrigues dos Santos. Todos eles foram homenageados com moções de louvor da Câmara Legislativa, em reconhecimento à relevância de suas atuações profissionais. 

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A comemoração do Dia do Fonoaudiólogo foi marcada pela presença da menina Manu, criança que inspirou o deputado Jorge Vianna a apresentar projeto de lei para alterar a Política Distrital para Integração da Pessoa com Deficiência.  

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Sancionada no último dia 3 de dezembro, a Lei nº 7.776/2025 - apelidada de \"Lei Manu\" - amplia o conceito de deficiência auditiva, incluindo nesse rol as pessoas com perda unilateral ou bilateral de 41 decibéis ou mais, aferida por audiograma nas frequências de 500Hz, 1.000Hz, 2.000Hz e 3.000Hz. 

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A menina Manu comemorou a nova lei e falou da cirurgia de implante coclear a que foi submetida. \"Agora está ouvindo até o que não deve\", brincou Vianna. 

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Sobre a norma de sua autoria, o distrital comentou: \"Essa lei garante que milhares de pessoas, antes inaudíveis, sejam, enfim, ouvidas. Essa conquista fortalece a inclusão, amplia o cuidado e reafirma o papel essencial dos fonoaudiólogos no diagnóstico, na orientação e na transformação dessas pessoas\". 

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